Milk é necessário
Divulgação
Sexta passada fui conferir se Sean Penn merecia mesmo o Oscar por sua atuação em Milk - A Voz da Igualdade, de Gus Van Sant. Não que eu leve a premiação americana a sério. Afinal, é americana. Mas os tempos são outros, os Estados Unidos também e até premiaram artistas negros em edições passadas. Aliás, elegeram um presidente negro! Sendo assim, não custa ter fé.
Foram duas horas de ódio, tristeza, compaixão, risos. Ou seja, tudo o que se espera de um filme, que valeu cada centavo da entrada inteira que eu, que não sou estudante nem picareta, paguei.
Sean Penn está perfeito, lindo e completamente humano no papel de Milk, o primeiro homossexual assumido na política dos Estados Unidos. Seu gay não é forçado, não é caricato. Ele existe. É nosso amigo, está sentado do lado da nossa mesa, no trabalho. Anda nas ruas, paga imposto, tem religião.
A história se passa nos anos 70, época em que eu crescia. Nem preciso dizer que a palavra “homossexual” não existia no vocabulário das famílias católicas da classe-média brasileira, como a minha. Demorei pra saber o significado daquele BICHA na marchinha da cabeleira do Zezé – e claro que não me “ensinaram” de forma imparcial. Hoje vejo quantos preconceitos, dogmas, machismo e todas as fórmulas de infelicidade que existem me empurraram goela abaixo. Foi sorte eu parar um belo dia e pensar: como posso acreditar em certas coisas??!!
Pois bem: pra quem não sabe, naquela época os gays eram vistos como anomalias. Viviam ridicularizados nos programas humorísticos e isso, infelizmente, não mudou muito. Imagino qual não foi o sofrimento dessa geração. Mas enquanto aqui na terra do Lula (nos anos 70, dos militares) os homossexuais saíam escondidos, casavam (com mulheres), tinham a foto dos filhos na carteira e viviam infelizes para sempre, lá nos “esteites” um cara já tava mudando isso, beibe. E esse cara era o Milk.
Foi ele que encheu o saco de fazer tipo e recrutou vários outros que também sentiam o mesmo. “Meu nome é Harvey Milk e quero recrutá-lo”, costumava dizer. E recrutou. Um bairro, uma cidade. Gente de todo o país. Mostrou a violência oriunda de assassinos de gays, que eu chamo de “gente Uga Uga” , pessoas hierarquicamente inferiores a qualquer outro espécime vivo.
Sexta passada fui conferir se Sean Penn merecia mesmo o Oscar por sua atuação em Milk - A Voz da Igualdade, de Gus Van Sant. Não que eu leve a premiação americana a sério. Afinal, é americana. Mas os tempos são outros, os Estados Unidos também e até premiaram artistas negros em edições passadas. Aliás, elegeram um presidente negro! Sendo assim, não custa ter fé.
Foram duas horas de ódio, tristeza, compaixão, risos. Ou seja, tudo o que se espera de um filme, que valeu cada centavo da entrada inteira que eu, que não sou estudante nem picareta, paguei.
Sean Penn está perfeito, lindo e completamente humano no papel de Milk, o primeiro homossexual assumido na política dos Estados Unidos. Seu gay não é forçado, não é caricato. Ele existe. É nosso amigo, está sentado do lado da nossa mesa, no trabalho. Anda nas ruas, paga imposto, tem religião.
A história se passa nos anos 70, época em que eu crescia. Nem preciso dizer que a palavra “homossexual” não existia no vocabulário das famílias católicas da classe-média brasileira, como a minha. Demorei pra saber o significado daquele BICHA na marchinha da cabeleira do Zezé – e claro que não me “ensinaram” de forma imparcial. Hoje vejo quantos preconceitos, dogmas, machismo e todas as fórmulas de infelicidade que existem me empurraram goela abaixo. Foi sorte eu parar um belo dia e pensar: como posso acreditar em certas coisas??!!
Pois bem: pra quem não sabe, naquela época os gays eram vistos como anomalias. Viviam ridicularizados nos programas humorísticos e isso, infelizmente, não mudou muito. Imagino qual não foi o sofrimento dessa geração. Mas enquanto aqui na terra do Lula (nos anos 70, dos militares) os homossexuais saíam escondidos, casavam (com mulheres), tinham a foto dos filhos na carteira e viviam infelizes para sempre, lá nos “esteites” um cara já tava mudando isso, beibe. E esse cara era o Milk.
Foi ele que encheu o saco de fazer tipo e recrutou vários outros que também sentiam o mesmo. “Meu nome é Harvey Milk e quero recrutá-lo”, costumava dizer. E recrutou. Um bairro, uma cidade. Gente de todo o país. Mostrou a violência oriunda de assassinos de gays, que eu chamo de “gente Uga Uga” , pessoas hierarquicamente inferiores a qualquer outro espécime vivo.
Essa luta que o Milk iniciou garante que nossos insubstituíveis amigos possam sair de mãos dadas na Paulista, trabalhar mesmo depois de assumir a sexualidade, hospedar-se em um resort gay friendly e tantas outras coisas. Claro, há muito preconceito a ser derrubado no mundo e isso não é nada fácil, mas é preciso lutar.
Você não é obrigado a gostar. Mas é obrigado a respeitar as diferenças, desculpaê. Eu também não gosto de gente que bota a culpa das próprias cagadas em Deus, coisa que muita gente adora fazer – e tenho que aturar pessoas assim o tempo todo.
Pra completar, o filme tem imagens de arquivos bem contundentes e o crème-de-la-crème dos atores da nova geração, além de Sean, que deve ter feito um puta trabalho de pesquisa: Emile Hirsch (Alpha Dog) e Diego Luna (E Sua Mãe Também), estão sensacionais.
Gus Van Sant, que eu nunca morri de amores, botou a alma nesse trabalho e conquistou o meu respeito para todo o sempre.
Enfim, um filme completamente necessário!
7 Comentários:
Gostei do texto, Mô. Militância é assunto sempre delicado. Uns amam e outros odeiam. Taí, quero ver o filme.
Beijo.
Sim, Elis, militância é assunto delicado inclusive pra faze post. Sei que um monte de gente vai discordar de mim, mas na vida, às vezes, a gente tem que se posicionar né...
O filme vale muito a pena.
Beijo grande!
O filme é ótimo. Passado nos anos 70, ainda é atual. Muita gt está no armário! Libertem-se de qualquer preconceito!
Beijo.
sim, os armários estão cheios por aí! e muita gente sufocando dentro deles.
concordo contigo érika.
beijão.
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Ainda não vi o filme. Li as críticas e abusei do google para saber mais. Hoje em dia, falar sobre gay, não é mais tabu. Quanto ao preconceito, está na vida dos enrustidos que desejam ser ou ter o jeito gay de levar a vida e viver. Ah, e como sempre a Mônica arrasando nos textos. Beeeijos do Beto!
Isto é o que eu chamo de um comentário! Agora sim querido.
E é verdade: é uma inveja que vem do fundo, difícil de assumir.
Obrigada e beijos.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial