Da ingenuidade e Roberto Carlos
Caí na besteira de ouvir Roberto Carlos enquanto preparava um almoço solitário e sem graça. Alguns CDS da fase “sessentista-setentista” na casa da minha mãe. Saudades. De um tempo bom. Por que será não há nada mais triste do que lembrar de um passado feliz?
Não foi fácil e não consegui engolir, ouvindo a voz do Roberto (de quem não sou tããão fã) dizendo: “Abra os braços pra me guardar/Eu todo vou me entregar/ Começo meio e fim/E a minha cuca ruim.” É bonito e emocionante ouvir um homem se doar por inteiro, mostrar suas fragilidades. Se hoje comove, imagine na época da música, quando as mães ainda ensinavam aos filhos que homem não chora. Acho que veio daí todo o seu sucesso com as mulheres, com a música. Virou rei.
Mas não foi só isso que trouxe o nó na garganta, a falta de energia momentânea, as lágrimas rolando. Me veio à cabeça uma viagem em família, a minha. Rumo a Juiz de Fora, Minas Gerais; a uma felicidade óbvia que era ver avós, tios, primos, etc. A necessidade de tocar suas peles e ouvir seu sotaque preguiçoso de um mundo mais ingênuo.
A minha mãe tinha tudo o que se podia ter de Roberto Carlos em cassetes. Oito horas decorando as músicas a contragosto, enquanto me espremia entre dois irmãos com vento pela janela do carro. Roberto é o ídolo da minha geração de mães. A estrada cheia de verde a recepção calorosa e doce de leite com côco. Hoje nem gosto de ouvir, tamanha a força que reverberam no subconsciente.
Mas aí eu peguei os CDS de uma caixa que foi presente meu, de natal. E escutei. Mexi na bagunça, na gaveta do fundo do fundo de mim, que tava clamando pra respirar. De qualquer forma, acho que fez bem. E depois de tudo isso ainda pude reparar na beleza das canções. Só fico triste com a obviedade da letra de “Progresso”.
“Quem briga com a natureza/Envenena a própria mesa”. Mais uma vez, Robertão estava à frente de seu tempo. Infelizmente ele acertou.
É melhor não saber o que lhe espera. Viva agora.
Não foi fácil e não consegui engolir, ouvindo a voz do Roberto (de quem não sou tããão fã) dizendo: “Abra os braços pra me guardar/Eu todo vou me entregar/ Começo meio e fim/E a minha cuca ruim.” É bonito e emocionante ouvir um homem se doar por inteiro, mostrar suas fragilidades. Se hoje comove, imagine na época da música, quando as mães ainda ensinavam aos filhos que homem não chora. Acho que veio daí todo o seu sucesso com as mulheres, com a música. Virou rei.
Mas não foi só isso que trouxe o nó na garganta, a falta de energia momentânea, as lágrimas rolando. Me veio à cabeça uma viagem em família, a minha. Rumo a Juiz de Fora, Minas Gerais; a uma felicidade óbvia que era ver avós, tios, primos, etc. A necessidade de tocar suas peles e ouvir seu sotaque preguiçoso de um mundo mais ingênuo.
A minha mãe tinha tudo o que se podia ter de Roberto Carlos em cassetes. Oito horas decorando as músicas a contragosto, enquanto me espremia entre dois irmãos com vento pela janela do carro. Roberto é o ídolo da minha geração de mães. A estrada cheia de verde a recepção calorosa e doce de leite com côco. Hoje nem gosto de ouvir, tamanha a força que reverberam no subconsciente.
Mas aí eu peguei os CDS de uma caixa que foi presente meu, de natal. E escutei. Mexi na bagunça, na gaveta do fundo do fundo de mim, que tava clamando pra respirar. De qualquer forma, acho que fez bem. E depois de tudo isso ainda pude reparar na beleza das canções. Só fico triste com a obviedade da letra de “Progresso”.
“Quem briga com a natureza/Envenena a própria mesa”. Mais uma vez, Robertão estava à frente de seu tempo. Infelizmente ele acertou.
É melhor não saber o que lhe espera. Viva agora.
3 Comentários:
Mônica,
texto lindo....muito lindo.
Sinceramente, muito lindo.
Beijos,
Luiz
você é suspeito, mas brigadinha.
bj.
Mônica, tive q. respirar fundo para ler até o fim a sua descrição da viagem para Minas.Uma vez vi a minha mãe chorando,aparentemente sem motivo (para mim). Perguntei-lhe o porque e ela me disse: "lembrei-me de um momento muito especial..." Só depois, com um pouco + de vivência (como vc. agora), entendi porque certos momentos vividos,nos trazem tanta saudades de uma felicidade que, na ocasião, não tínhamos noção.Mas, ainda bem, pois se sentíssemos q. isto nos iria tornar melancólicos futuramente, não desfrutaríamos da alegria daquele momento.
Parabéns pelo seu Blog. Vc. escreve legal demais!
Por falar em bons momentos, a Neide está bem mesmo? (Quantos momentos de deixar saudades) vivemos juntas.Vou parar por aqui.Como diz a música:"Há uma nuvem de lágrima sobre os meus olhos...."
Abraços saudosíssimos...............VEVÈ
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