Da mulher moderna
Foto: Walter Carone
Uma nuvem negra sobrevoa insistentemente a minha cabeça. Mas partindo daquele princípio de que tudo passa, espero, também insistentemente, que ela se vá, como chegou. Enquanto isso (e incapaz de expressar qualquer ideia), deixo pra vocês um textinho antigo, que não conhecia o mundo, escondido que estava na gaveta. Uma breve reflexão sobre a mulher moderna.
Como sempre faço, outro dia estava xeretando a “biblioteca de mamãe”, composta de diversos livros dos mais variados temas, quando me deparei com o seguinte título: Como Ajudar Seu Marido a Ter Sucesso – na vida social e nos negócios. O ano é 1961, o que explica um pouco a auto-ajuda, bastante em moda na época (aliás, não saiu de moda, mas tudo bem). A autora, uma tal de Mrs. Dale Carnegie, tinha uma formulinha mágica para as moçoilas casadouras dos anos dourados conseguirem o projeto mais importante da vida de todas elas; um marido, com uma casa e filhos lindos e educados, tudo de comercial de margarina. Um cachorro de comercial de margarina também não seria ruim (jamais um gato, gatos são para os esquisitos); contanto que tenham uma bela área verde e espaçosa para que este possa dar uns pulinhos e se sair bem no comercial. Curiosa que sou, claro que comecei a ler a bagaça. E Mrs. Carnegie escrevia como profunda conhecedora do assunto, última palavra em psicologia de relacionamentos.
Aí vão alguns trechos com a ortografia original:
“O importante para uma espôsa é compreender a necessidade de um programa educacional para um homem que quer abrir caminho no mundo – e a necessidade de sua inteira cooperação nesse programa. O tempo e o dinheiro dispendido no aperfeiçoamento de um homem são um investimento na família futura. Quando êsse programa de educação se prolonga por um período de anos, e a esposa considera se a solidão e o sacrifício que isso lhe exigiu valem a pena, ajudar-lhe-á muito pensar que êsse sacrifício habitualmente é recompensado com o sucesso e que este é ainda a nação dos ‘self-made men’”.
(...) “A sra. Coleman é um exemplo de espôsa que trabalha com e para o seu marido (...) Certas crises na vida familiar, como débitos, doença ou perda do emprêgo do marido, algumas vêzes tornam necessário para uma espôsa trabalhar temporáriamente fora de casa. Êsse tipo de assistência é um ato da sociedade – marido-mulher na mais ampla acepção da palavra – porque ela está trabalhando para o bem da família, e não meramente para a satisfação de seguir uma carreira de seu agrado.”
Por fim, um conselho para sair da vida besta: “(...) a espôsa desempenhará melhor os seus deveres caseiros e terá melhor atmosfera mental, se mantém alguma atividade fora de casa. (...) Desde que as donas de casa necessáriamente passam muito tempo sòzinhas, outra atividades que as mantenham em contato com outras pessôas são bastante benéficas. Um curso de educação ou de costura, uma aula de apreciação musical, algumas horas na semana de colaboração para alguma sociedade beneficente, projetos como êsses dão às mulheres vivacidade mental e alargam os seus horizontes.”
Ah, sim. Isso explica de onde saíram os monstrinhos machistas que conhecemos. DE NÓS!
Que coisa.
Bom, as coisas mudaram demais, e ainda bem. Sou totalmente contra ao discurso do “antes é que era bom, a mulher mudou mas está infeliz, blá, blá, blá”. Infeliz uma pinoia. Estamos ricas, realizadas, mais bonitas e felicíssimas. Sobrecarregadas, eu sei. Mas para aquelas que têm ataques de submissão temporária, eu pergunto, do fundo do coração: você voltaria no tempo pra ficar fingindo que não tem cérebro, não tem tesão pelos caras e não gosta de ganhar o seu próprio dinheiro, meu bem? Hein? Hein?!
Aí vão alguns trechos com a ortografia original:
“O importante para uma espôsa é compreender a necessidade de um programa educacional para um homem que quer abrir caminho no mundo – e a necessidade de sua inteira cooperação nesse programa. O tempo e o dinheiro dispendido no aperfeiçoamento de um homem são um investimento na família futura. Quando êsse programa de educação se prolonga por um período de anos, e a esposa considera se a solidão e o sacrifício que isso lhe exigiu valem a pena, ajudar-lhe-á muito pensar que êsse sacrifício habitualmente é recompensado com o sucesso e que este é ainda a nação dos ‘self-made men’”.
(...) “A sra. Coleman é um exemplo de espôsa que trabalha com e para o seu marido (...) Certas crises na vida familiar, como débitos, doença ou perda do emprêgo do marido, algumas vêzes tornam necessário para uma espôsa trabalhar temporáriamente fora de casa. Êsse tipo de assistência é um ato da sociedade – marido-mulher na mais ampla acepção da palavra – porque ela está trabalhando para o bem da família, e não meramente para a satisfação de seguir uma carreira de seu agrado.”
Por fim, um conselho para sair da vida besta: “(...) a espôsa desempenhará melhor os seus deveres caseiros e terá melhor atmosfera mental, se mantém alguma atividade fora de casa. (...) Desde que as donas de casa necessáriamente passam muito tempo sòzinhas, outra atividades que as mantenham em contato com outras pessôas são bastante benéficas. Um curso de educação ou de costura, uma aula de apreciação musical, algumas horas na semana de colaboração para alguma sociedade beneficente, projetos como êsses dão às mulheres vivacidade mental e alargam os seus horizontes.”
Ah, sim. Isso explica de onde saíram os monstrinhos machistas que conhecemos. DE NÓS!
Que coisa.
Bom, as coisas mudaram demais, e ainda bem. Sou totalmente contra ao discurso do “antes é que era bom, a mulher mudou mas está infeliz, blá, blá, blá”. Infeliz uma pinoia. Estamos ricas, realizadas, mais bonitas e felicíssimas. Sobrecarregadas, eu sei. Mas para aquelas que têm ataques de submissão temporária, eu pergunto, do fundo do coração: você voltaria no tempo pra ficar fingindo que não tem cérebro, não tem tesão pelos caras e não gosta de ganhar o seu próprio dinheiro, meu bem? Hein? Hein?!
2 Comentários:
Este comentário foi removido pelo autor.
Hahhaahahaha somente rindoo para querer uma vida assim de novo!!
Mas com isso surge outros problemas, exatamente pelo motivo da mulher ter que ser multifuncional, que ela deixa de se cuidar ou esquece que apesar de todas as responsabilidades, de ter filho(os), marido, carreira, fora tudo e muito mais contando sorrir ter paciencia com todos os problemas que tem q resolver, a mulher nao tem tempo para relaxar se cuidar, exatamente por isso mulheres deveriam ganhar 4 vezes mas que os homens, sem contar as que trabalham dobrado pois muitas vezes essas mulheres guerreiras que pagam tudo, e o marido nao faz nada, e ainda reclamam dizendo que nao conseguem ver o futebol na quarta em paz!!
È mulheres, precisamos rever nossos conceitos.
bjssssssss monica
saudadess
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial