Saudades do frio gaúcho
Do meu ex blog sobre São Paulo e Porto Alegre, uma crônica de maio de 2008
Voltei a Porto Alegre. Vôo tranqüilo, céu azul (ou simplesmente o céu de Porto Alegre), sol e frio. Sete graus a menos do que em São Paulo no dia em que eu cheguei, sexta-feira passada. Não fazia tanto frio desde 199... e tra lá lá, ouvi dizer. Também ouvi dizer que os termômetros desceram aos negativos em algumas cidades da serra. E o que eu queria mesmo era estar por lá!
O gaúcho convive com o frio desde pequeno e, por isso mesmo, tem uma sabedoria ao desfrutá-lo. A impressão que eu tenho é que eles não vêem a hora da temperatura baixar para pegar um cobertorzinho, fazer um chimarrão e tomar no fim da tarde, dando uma volta pelas praças da cidade. Ou apreciar um bom vinho e chamar os amigos para um churrasco.
Aí tanto faz: fora ou dentro do apartamento, na própria cozinha, até mesmo na sala. Sim, porque aqui as churrasqueiras são DENTRO de casa, muitas vezes. E a lareira? Nada deixa mais uma casa com atmosfera de casa. O fogo é bonito e faz companhia, já disse o escritor Rubem Braga. E ao contrário de outros lugares no Brasil, como em São Paulo, lareira não é privilégio dos abonados e sim algo para ser compartilhado.
Enfim, aqui no Sul o frio é uma festa. Seja em Porto Alegre, com seus lugares charmosos (e que ficam mais charmosos ainda nesta época do ano); seja no interior, quando aí as festas são típicas – e deliciosas! É festa da uva, da maçã, do morango, do queijo, do vinho. Pra completar, um pessoal acolhedor e uma ligação cármica com a natureza, de onde saímos e para onde é sempre bom voltar.
Mas por enquanto estou na capital e, agora mesmo, vamos sair para curtir um barzinho alemão, de comidinhas típicas e cerveja escura. É bom estar aqui!